quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Nada de contos de fada...

      Passamos o semestre inteirinho esperando as benditas férias e imaginamos como será cada dia, todos os lugares que passearemos, as viagens que faremos, as pessoas que encontraremos, é tudo muito empolgante.
      Agora imagina passar as férias inteiras dentro de casa, sem ir para festas, viagens e nem encontrar os velhos conhecidos?! Pois é, essa são minhas férias, estou tão entediada que a minha principal diversão é a programação da TV. Estou morrendo de saudades dos meus colegas da universidade, sinto falta até das provas, vê se pode! Esse ano que passou foi um ano de desafios a se conquistar, dificuldades e barreiras para enfrentar, espero que esse ano seja mais calmo e feliz, só pra variar, quero paz sem assaltos, nem brigas familiares, nem problemas de saúde, sinto falta dos que partiram para viver suas vidas em casal, sinto falta da minha familia por inteiro e não me conformo com a divisão,
mesmo sabendo que será sua felicidade futura, quando seu ente querido decide seguir sua vida em outro lugar com o cônjuge, o mesmo não se dá ao trabalho de pensar no que deixa para trás, nem no sofrimento que pode causar, e parei para refletir o quanto isso é comum e quanto estrago essas decisões deixam para trás com seu passado, e se não tivesse acontecido comigo talvêz nunca teria parado para pensar nisso.
   Dizem que o velho amor só se cura com um novo, e quando uma irmã quase mãe nos abandona para casar e esquece completamente da família? qual será o remédio para curar as feridas? Por isso aproveito minha familia o máximo possível no presente, pois não sei o que o destino me reserva, pode ser bom, mas também pode ser pior do que tudo de bom que já aconteceu.
   Podem até achar pessimismo ou depressivo, podem dizer que é exagero ou coisa de gente mimada, mas quem passou por tanta rejeição, abandono e dificuldades como algumas pessoas saberiam o quanto isso afeta na vida de um ser humano. Esperar tanto uma coisa boa o suficiente acontecer na vida para poder superar as coisas ruins, levantar pela manhã e ter a esperança de que o dia vai ser especialmente feliz, ter certeza de que merece algo maravilhoso em sua vida pelo simples fato de ser uma pessoa que só faz bem aos outros e nunca para si, isso não é ser depressivo, é ter fé de que o amanhã será melhor que o hoje, é desejar com todas as forças um simples final feliz.



Até a próxima postagem,
NAIARA RUFINO.


quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Fatalidades da vida!

     Foi em uma quinta feira que aconteceu, a tarde iria ter uma confraternização da minha turma de Universidade,era manhã ainda quando minha mãe começa a queixar-se de dores de cabeça, muito frio e vômitos, então liguei pra minha irmã mais velha que é casada para levarmos ela para o hospital, pois nunca tinha visto mamãe assim antes. Quando minha irmã chegou vestimos e levamos ela a força para o hospital, ela chorava para não ir, fiquei com tanta pena que quase fiz a vontade dela, parecia uma criança quando pede pra não tomar injeção, muito fofa. 
      O primeiro hospital em que paramos estava lotado, o segundo também, mas havia uma diferença, tínhamos amigos que trabalhavam lá! Então começaram a atendê-la, foi medicada e o médico de plantão veio até nós para explicar o que tinha acontecido com ela, ele disse que era princípio de infarto, e que iria fazer um exame mais especifico nela, então ficamos aguardando muito apreensivas, pois se tratava de um exame arriscado, no caso dela principalmente, pois seria o segundo do ano, cateterismo é o nome do exame cardiológico invasivo feito para diagnosticar ou corrigir problemas cardiovasculares, como por exemplo, a visualização de um estreitamento, geralmente formado por uma placa de gordura, na artéria coronária.
       Mamãe entrou na sala de cirurgia as 22 horas e saiu quase meia noite, os médicos estavam exaustos mas ainda sim conversaram conosco sobre o procedimento, disseram que havia sido um sucesso e que ela estava acordada, estava tão feliz que isso foi a única coisa que consegui ouvir. Ela ficou em observação e eu fiquei com ela a noite inteira acordada, e foi assim durante os dias que se seguiram, eu ficava acordada a noite e dormia pela manha em casa. Eu sempre ficava sozinha no hospital, mas minha irmã sempre me dava carona, ela tinha a vida corrida dela pra cuidar, então só sobrava a mim para acompanhar mamãe, alimentá-la, dar banho, velar seu sono pra não deixar que nada passasse despercebido em seu monitor cardíaco. Então chega o grande dia, o médico foi ao nosso apartamento e explicou para ela tudo o que havia acontecido com ela e a seriedade do caso dela, que o que ela teve foi realmente um infarto e poderia ter morrido em casa mesmo se não tivéssemos levado ela de imediato para o hospital, que deveria parar de levar a vida de antes e se cuidar em dobro e só depois de ter ouvido tudo foi que o médico deu alta a ela.
          Minha irmã deveria estar lá para nos buscar, mas ela não estava, minha mãe ficou muito zangada, começou a descontar em mim, disse coisas que me magoaram demais, que eu queria mandar na vida dela, que eu não me importava com ela, que as camisolas que eu havia comprado de presente de natal era ruins (fui a única que lembrou de dar uma presente de natal), que preferia ter ficado sozinha no hospital e etc. Depois desse discurso todo fui dar entrada da alta na administração e fui busca-la para irmos de táxi para casa. Dentro do táxi comecei a chorar discretamente, pois não gosto de que me vejam chorando, chegando em casa ela começou a  descontar novamente em mim a raiva que sentia (pela única filha biológica não ter tido sequer a consideração de busca-la no hospital), então comecei a chorar copiosamente em meu quarto, magoada por ter sido ignorada todas as minhas noites de preocupação em perder aquela que eu mais amava no mundo. 
         Não me zanguei, briguei ou ignorei ela, apenas mimei e fiz o que eu pude para ela não ficar nervosa e acabar morrendo, já faz 15 dias desde a entrada dela no hospital, ela tem 68 anos e eu tenho 23, ela já é muito bebê para eu discutir com ela, e sabem de uma coisa?! eu nunca quis desculpas, apenas preciso que ela viva para ensinar aos meus filhos o que eu nunca tive até conhecer ela, o que é ter uma família para amar e ser amado!



Até a próxima postagem,
NAIARA RUFINO!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011